O Marketing e o mercado disruptivo de Banksy

 


E estou aqui novamente, utilizando as artes plásticas como exemplos de ações de Marketing eficientes. Isso prova que o Marketing pode ser aplicado em qualquer setor, desde que o empreendedor compreenda a sua essência.

Sempre comentei em minhas aulas de Marketing sobre as empresas e marcas disruptivas. Um conceito básico, muito explorado pela internet, é que a empresa disruptiva é aquela que cria um novo mercado ou muda completamente o mercado atual, quebrando com a ordem econômica e, consequentemente,  criando uma outra. Se você pesquisar na Internet, encontrará vários exemplos de empresas disruptivas.

E no segmento da arte, não foi diferente e nesse artigo comentarei um exemplo em que o artista é empreendedor de sua arte e promove a disrupção nesse setor. Um belo exemplo a ser seguido por artistas e escritores, também, e que tem tudo a ver com o conceito de implantar “cultura” no mercado (conceito que me refiro em meus cursos “Marketing para quem não entende de Marketing e “Marketing para escritores independentes”).

Nesse artigo conheceremos um artista contemporâneo que utiliza ações de  Marketing de conteúdo para divulgar sua arte e seu nome. Estou me referindo ao artista Banksy. Mas quem é Banksy?

Ainda não existe uma resposta certa e conclusiva para essa pergunta, pois a identidade de Banksy, nome que consta em suas obras, não chega a ser uma informação essencial para a compreensão do seu trabalho. O importante é saber que ele é o personagem mais revolucionário da arte de rua e o artista mais relevante da atualidade. Protegido pelo segredo de quem realmente é, o anonimato alimenta o mito – além de funcionar como uma bela jogada de Marketing.

Mas não é somente o anonomato que o torna disruptivo e sim as suas ações de Marketing muito bem planejadas que tornam as obras de arte urbana atribuídas a Banksy famosas. Suas obras carregam diversos questionamentos sobre a sociedade em que vivemos. Elas exibem mensagens com alto teor de crítica social, seja implícita ou explicitamente, e estão presentes em várias cidades do mundo, principalmente na Inglaterra.

Algumas obras de Banksy:


  1. Love is in the Air (Soldier throwing flowers)
    Essa é uma pintura mural feita em 2005 em Londres. Na época, a cidade britânica passava por uma onda de protestos. Na obra, vemos um manifestante com o rosto coberto. Ele faz um movimento como se fosse atirar um coquetel explosivo, entretanto, o que ele carrega é um ramo de flores.
    A obra foi escolhida para ilustrar a capa do livro do artista Wall and Piece (2005)traduzida como “Guerra e Spray”.


2. Napalm (Can´t Beat That Feeling)
Nessa impactante obra, Banksy faz uma montagem relacionando a Guerra do Vietnã com a cultura capitalista americana. Na obra de Banksy, os personagens americanos são colocados de mãos dadas com a figura da menina em desespero – após ter o corpo queimado pela bomba química napalm.
Assim, o artista nos leva a refletir sobre a responsabilidade dos EUA no sofrimento de tantas pessoas. Mais de 2 milhões de vietnamitas morreram nessa guerra.


3. Girl with ballon
Esse trabalho é, talvez, o mais famoso do artista. Ele foi reproduzido em uma tela e vendido em 2018 em um leilão em Londres por mais de 1 milhão de libras. No momento em que foi batido o martelo da venda, a obra se autodestruiu por meio de um dispositivo colocado na moldura, surpreendendo todos os presentes. Uma ação surpreendente de Banksy, que chamou a atenção da mídia.

“A arte convencional, como uma estátua ou uma pintura, é concebida para durar centenas de anos. A arte de rua, graças a sua curta exposição, só permanece quando é documentada. E para isso basta apenas alguém com uma câmera”, define o artista, sem mostrar o rosto. As imagens pintadas com técnicas de estêncil viraram sua marca registrada e tornaram-se cartões postais, atraindo até turistas – uma ironia que ele certamente previu.

Na contramão do que a maioria das pessoas definem por sucesso (ter seu rosto e nome conhecidos mundialmente), o artista britânico Banksy foge dos holofotes. Mas ele é um artista que utiliza bem as redes sociais para promover suas obras e seus conceitos. Um artista disruptivo, pois coloca a arte em discussão, promovendo seu consumo desenfreado e fugindo do que conhecemos como mercado da arte, por exemplo, as galerias de arte. Banksy conseguiu o feito de associar e valorizar o seu nome às obras, fazendo com que as pessoas desejassem, desenfreadamente, ter, pelo menos, um pedaço da parede que consta impresso uma de suas imagens.

Mais uma ação de Banksy

Após uma exposição em NY, sem nenhuma identificação, Banksy montou uma pequena lona no Central Park (a poucos metros do espaço onde seus quadros estavam expostos). Nela, colocou quadros de sua autoria (originais) a venda por US$ 50. Após muita negociação, ele vendeu sete quadros, sendo que um deles o comprador só comprou após o artista desconhecido conceder 50% de desconto. A ação foi toda registrada e depois viralizou na mídia. Banksy vendeu suas obras sem que as pessoas soubessem tratar-se de um genuíno Banksy. Imagina a surpresa dessas pessoas quando descobriram de quem era a obra que adquiriram por US$50 em uma banca de rua.

Mais uma vez, ele nos dá uma aula de como fazer uma ação de marketing bem feita e planejada. Banksy trafega em diversos níveis e deixa todos aguardando sua próxima intervenção como uma grande oportunidade. Isso é ser criativo e inovador em seu empreendimento.

Banksy entende a regra básica do Marketing: gerar desejo. Além da regra básica da comunicação: falar de uma forma que as pessoas entendam.

Certamente, Banksy é um exemplo de empreendedor disruptivo, que conseguiu criar uma nova ordem econômica no setor artístico. E aí, já pensou um tornar-se um empreendedor disruptivo?

Comento bastante sobre empreender com Marketing em meus cursos “Marketing para quem não entende de Marketing e “Marketing para escritores independentes”. Esses cursos foram desenvolvidos para aqueles que desejam entender melhor as ações de Marketing para a divulgação de seu empreendimento e, assim como Banksy, conseguir implantar a sua “cultura” no mercado.



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