O Marketing e o Movimento Antropofágico de Oswald Andrade
Recentemente, assisti a um documentário sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo no Brasil e cheguei a conclusão que o Marketing não deixa de ser um movimento antropofágico, assim como aconteceu na primeira metade do século XX. Isso mesmo que você leu: o Marketing nada mais é do que um movimento antropofágico , eu diria, contemporâneo. Mas porque eu cheguei a essa conclusão?
Antes de tudo, voltemos às aulas de História da Arte, em que eu era docente no curso de Publicidade e Propaganda, e vejamos a definição de movimento antropofágico: foi um movimento artístico, cultural e literário, que ocorreu durante a primeira fase do Modernismo no Brasil, primeira metade do século XX e teve seu marco oficial com a Semana de Arte Moderna de 1922.
Ahhhh…quem foi meu aluno deve lembrar que sempre comentei que: se um dia eu deparasse com o gênio da lâmpada, um de meus desejos seria presenciar a Semana de Arte Moderna de 1922 e conviver, nem que fosse por algumas horas, com todos aqueles personagens que sempre ouvi falar através dos livros…
Na foto acima: Mário de Andrade (primeiro à esquerda, no alto), Rubens Borba de Moraes (sentado, segundo da esquerda para a direita) e outros modernistas, em São Paulo, Brasil, 1922.
A ideia do movimento surgiu a partir de observações feitas por Oswald Andrade. Ele queria mostrar para os autores brasileiros que a influência estrangeira era necessário para o aprimoramento da arte brasileira, entretanto, esse aproveitamento deveria ser feito conforme a cultura do país.
No Brasil, o movimento antropofágico teve início com a publicação do primeiro manifesto antropófago ou antropofágico publicado por Andrade na revista Antropofagia, do estado de São Paulo, em 1928.
A utilização do termo “antropofágico” está relacionado a “antropofagia”, que refere-se ao ato de comer ou devorar a carne de outra pessoa. Dentro da história, ela é usada para apontar atos ritualísticos, no qual acredita-se que, ao comer a carne de um outro homem, a pessoa estaria adquirindo também as suas habilidades.
Trazendo para a realidade do movimento antropofágico, a ideia sugerida por Andrade era basicamente “devorar” essa cultura enriquecida por técnicas importadas e promover uma renovação estética na arte brasileira.
Diante disso, o objetivo do movimento foi promover pensamentos para “engolir” as influências estrangeiras, de forma que os modernistas enxergassem a realidade brasileira dentro delas e pudessem desenvolver uma nova cultura com a cara do país.
E o Marketing é justamente isso: basicamente “devoramos” conceitos, ideias inovadoras e comportamentais, estrangeiras ou não, como em um movimento antropofágicio e devolvemos ao mercado uma nova cultura, uma nova forma de se vivenciar as marcas.
Como sempre ressaltei, estamos vivenciando o Marketing 4.0 que nada mais é do que uma mudança radical de comportamento do consumidor, deixando de ser um processo vertical, para se tornar um processo horizontal, em que as marcas precisam ”devorar” e entender esse novo consumidor para então poder atendê-los, devolvendo ao mercado produtos inovadores e fazendo surgir empresas ou serviços disruptivos.
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